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domingo, 21 de agosto de 2016

TUDO É VAIDADE




Olhei-a
Percebi os cacos estilhaçados por todo lado.
Aparência desfigurada
Amorfa, sem luz alguma.
Partes do que um dia fora e já não é
As lembranças se formaram, impertinentes
Sem permissão.
Uma construção demasiada longa
Trabalhosa,
Paulatinamente tomou forma.
Cada detalhe moldado ao construtor
Seu arquiteto empenhando amor
Seu trabalho sendo aprimorado para ser perfeito.
A obra tão cuidada
De estrutura sólida
Complementos singulares
Pilares seguros...
O vento soprou um dia
E tudo desabou.
A igreja tornou-se pó.
Olhando no espelho a máscara desfizera-se
A chuva caia lá fora
E as partículas d’água compunham uma canção de morte.
A igreja sucumbiu ao desejo
Desgastou-se de tanto ser contemplada.
Envaideceu-se
“Vaidade, tudo é vaidade”.
Quebrou-se. 






SIMONE ROCHA

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